segunda-feira, 3 de outubro de 2011

(Série Vestibular: hora da decisão) Sonho de cursar medicina faz filha de juiz ignorar tradição da família



Com um pai juiz, dois tios e um irmão advogados, além da mãe que está cursando o último semestre de direito, a estudante Alita de Carvalho, de 16 anos, não hesitou na hora de escolher a profissão. Em vez de seguir a trajetória da família, decidiu buscar outro rumo. “Pelo que eu vejo, eu não gosto muito da área de direito. Sempre me vi fazendo medicina”, diz a jovem.

(Série Vestibular: hora da decisão. O G20 publica nesta semana uma série de reportagens sobre o dilema dos jovens e as dicas dos especialistas.)

A estudante do terceiro ano abdicou de muitas escolhas para se dedicar ao estudo e tentar uma das vagas mais concorridas na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ela deixou toda família no interior do estado para morar sozinha em Salvador e ser uma das concorrentes para uma vaga do curso. “Passou em minha cabeça desistir por conta da concorrência, mas eu não tenho pressão dos meus pais para passar no vestibular”, diz a jovem, que tenta pela primeira vez uma vaga na UFBA.

Segundo Alita, a influência da família foi forte, mas principalmente respeitosa. “Meu pai não ficou chateado com a decisão. Ele acha que devo fazer o que eu mais gosto. E eu sempre me vi fazendo medicina. Desde pequena, quando ia aos consultórios, gostava daquele ambiente. Já minha mãe sempre quis que eu fizesse medicina. Para ela, se eu não for médica, devo ser advogada.”

O dia-a-dia é corrido. Alita vai para a escola pela manhã e às terças e quintas-feiras ela fica no colégio até as 19h. Em casa, ela estuda com um amigo que cursa o 1º ano de medicina e no fim de semana ela tem acompanhamento de um professor particular.

“Sempre que tenho dúvidas, chamo o professor.” Mesmo assim, ela não deixa de sair com as amigas. “Geralmente eu me divirto nos sábados, pela tarde. Esse é o único horário que tenho para sair. No sábado de manhã eu tenho prova e domingo tiro o dia inteiro para estudar”, explica.

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