domingo, 7 de novembro de 2010

Enem 2010 termina marcado por nova polêmica e reclamações


Em 2009, vazamento da prova marcou exame. Neste ano, a mancha foi a falha de impressão; acompanhe daqui a pouco a correção online

Depois de dois dias, uma redação e 180 questões, terminou às 18h30 o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010, que mais uma vez causou polêmica em todo o País. Se, em 2009, a mancha negra foi o vazamento da prova antes do exame, neste ano o marco negativo ficou por conta da confusão gerada por um erro de impressão, ainda durante o primeiro dia de prova.

A controvérsia aconteceu por causa do cartão de respostas. No espaço destinado às questões de 1 a 45, relativas às Ciências Humanas, lia-se Ciências da Natureza, e vice-versa nos campos das questões de 46 à 90, referentes à área de Ciências da Natureza. A falha foi contornada de diversas formas: enquanto em alguns locais os estudantes foram orientados a preencher o cartão normalmente, seguindo apenas a ordem numérica, em outros eles foram instruídos a preencher as provas de forma invertida.

José Dativo Campos, pai da candidata Adriana Meira Campos, 17, é um dos que estavam indignados com os problemas organizacionais do exame. “Acho que (a falha de impressão) pode prejudicar os alunos, independentemente de ter acontecido na prova da minha filha ou dos outros. Todo mundo fica mais nervoso de saber que a prova pode estar errada”.

Se por um lado o próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), organizador do Enem, já afirmou que os estudantes não serão prejudicados, por outro o Ministério Público Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) consideram que o exame poderia até mesmo ser anulado, hipótese que dá calafrios no estudante Gabriel Marques, 19. “180 questões são muito cansativas. Chega uma hora em que não dá mais para pensar. Não quero ter que fazer tudo de novo”, disse Gabriel, levando ambas as mãos à cabeça.

Mas as reclamações não param por aí. No Paraná, a prova começou mais tarde em alguns locais. O problema foi causado por cartões de inscrição que continham erros referentes aos locais da prova e que ainda assim foram enviados aos estudantes. Além disso, diversos candidatos reclamaram de ter que fazer a prova em localidades demasiadamente distantes dos municípios onde possuem residência.

Já no segundo dia, a segurança do concurso foi questionada. Um jornalista inscrito no Enem foi ao banheiro e enviou por torpedo, antes do tempo mínimo exigido para a saída da sala de aula, o tema da redação. Pelo Twitter, o Inep se manifestou e informou que o jornalista pode ser processado. Segundo a nota, ele "cometeu ato ilícito ao atentar contra as regras do certame".

"Era bem fácil colar e acho que pode ter havido muita gente que fez isso", comentou Alana Teng, de 16 anos. "Percebi que foi muito mais gente ao banheiro hoje do que ontem."

O Enem 2010 teve de 4,6 milhões de estudantes em 1.800 municípios de todos os estados do Brasil. No primeiro dia a abstenção chegou a 27%, índice inferior ao do ano passado, que alcançou 40% após o vazamento da prova. O número de faltantes do segundo dia ainda não foi divulgado.

G1.COM.BR