O portal G20 apresenta a reportagem da Semana,a mais linda da imprensa Cearense.
A notícia de que três soldados do Batalhão de Policiamento Comunitário, ou Ronda do Quarteirão, foram presos por terem sido flagrados namorando dentro de uma viatura daquela corporação ganhou repercussão na semana passada. Entre os leitores do Diário do Nordeste na internet ela acabou sendo a mais lida da semana, com exatos 14.720 acessos .
Para a maioria dos leitores, o ato de indisciplina, que ainda está sob investigação no Comando da Polícia Militar e na Corregedoria dos Órgãos de Segurança, reflete os erros que o programa de Policiamento Comunitário apresenta desde sua idealização e o seu efetivo funcionamento há quase três anos no Ceará.
Policiais despreparados, muitos sem compromisso verdadeiro com a profissão que abraçaram, tornaram o Ronda alvo de constantes, e consistentes críticas por parte da sociedade. A própria Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) admite que cometeu ´equívocos´ na implantação do sistema e tem prometido solucioná-los. Além de a primeira turma ter ido para as ruas sem a preparação ter sido devidamente concluída - muitos sequer estavam aptos a manusear uma arma de fogo ou um simples cassetete - aqueles que foram designados para dirigir as viaturas de luxo não tinham o devido treinamento para tal função. O resultado de tudo isso foi um festival de trapalhadas e acidentes nos primeiros meses de operação do Ronda.
Com a promessa de que os PMs iriam fazer uma Polícia Comunitária, bem próxima da sociedade, o Ronda acabou virando um grande ´papelão oficial´, com policiais nas portas de restaurantes, bares e pizzarias pedindo comida, quando não usando o carro oficial para conduzir as namoradas.
E foi diante deste quadro de completa falta de disciplina, vocação e controle por parte do Estado, que o Ronda completou seu primeiro ano de atuação. Só quase dois anos depois, o Governo decidiu tomar as rédeas da organização policial. Mas isto também teve consequências. Os novos militares foram às ruas, ocuparam espaços na mídia e denunciaram várias falhas no sistema. Entre as mais gritantes, a implantação de escalas de serviço que praticamente não previa folgas.
Cansados, muitos policiais começaram a envolver-se em acidentes de trânsito. Além dos ferimentos causados aos PMs e a terceiros, o Estado passou a contabilizar os prejuízos financeiros com os danos nas caminhonetes de luxo.