Os dois primeiros depoimentos complicaram a situação do diretor da sede da torcida organizada, que teria dado as armas aos acsuados do roubo do carro
O delegado Aurélio de Araújo, titular do 34ºDP (Centro) esperou, na manhã desta quarta-feira (18), a apresentação de Romário Oliveira de Sousa, o terceiro suspeito do roubo do carro encontrado na sede da torcida organizada Cearamor, no último sábado (14). Ele, porém não compareceu à delegacia, para prestar depoimento.
João Ribeiro, pai de Romário, tinha garantido ao delegado que ele se apresentaria sem necessidade de mandado judicial e diz ter ficado surpreso com o desaparecimento do filho. Ele contou que falou rapidamente com Romário de Sousa, no início da manhã, mas, quando foi procurá-lo, para levá-lo à delegacia, ele não estava mais em casa.
Aurélio de Araújo, que considera o depoimento de Romário de Sousa importante. O delegado vai solicitar, por meio de notificação, o comparecimento do suspeito, para que ele forneça informações sobre o roubo do carro e das drogas encontrada na sede da Cearamor.
Na terça-feira (17), uma equipe da delegacia localizou e deteve Francisco Gilmário do Nascimento e apreendeu um adolescente, de 17 anos, que estava com a pistola, calibre 7.65, usada no assalto. Além de ouvir o terceiro acusado, Aurélio de Araújo pretende reinquerir Luiz André Silva de Oliveira, 25, diretor da sede da Cearamor.
Confronto com torcida rival
O responsável pela sede da torcida organizada teve a situação complicada com os depoimentos de Gilmário e do adolescente – este último considerado o mais contundente pelo delegado. O garoto disse que as armas foram dadas ao trio por Luiz André de Oliveira, para que os rapazes se defendessem em um eventual confronto com torcedores do Fortaleza.
Como não houve o confronto, o trio resolveu assaltar e roubar o carro, no cruzamento das ruas João Cordeiro com Joaquim Torres, no limite dos bairros Joaquim Távora e Aldeota. O veículo foi levado à sede da Cearamor, onde teve as placas trocadas.
Denúncia do presidente da torcida
Na próxima sexta-feira (20) o delegado deverá ouvir o presidente da Cearamor, Jeysivan Carlos Silva dos Santos, o “Jey”, que na última segunda-feira (16) responsabilzou os policiais militares pelo dasaparecimento de cerca de R$ 15 mil e de um cofrinho, onde estariam aproximadamente 400 reais em moedas.
As declarações do presidente da torcida organizada irritaram o coronel Werisleyk Matias, comandante do Batalhão de Policiamento Comunitário (Bpcom) e coordendor do Ronda Quarteirão. O oficial da PM frisou que, no momento em que a batida foi feita na sede da Cearamor, vários jornalistas acompanharam o trabalho policial.
Werisleik Matias estranhou que “Jey” tenha falado do sumiço do dinheiro dois dias depois da batida policial, mas garantiu que ele vai arcar juridicamente com as consequências das acusações feitas à Polícia Militar.
Para o delegado Aurélio de Araújo, a denúncia do presidente da Cearamor é apenas uma tentativa de mudar o foco das investigações, que apontam que a sede da torcida organizada estaria servindo como local de venda e distribuição de drogas.
