quinta-feira, 22 de março de 2012

Estudantes fecham rua de SP em protesto contra o Enem


Estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie faziam uma manifestação na Rua da Consolação, em São Paulo, por volta das 11h40 desta quarta-feira (21). Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), três faixas do sentido bairro da via foram interditadas na altura do 890. Por volta das 12h15, os estudantes passaram a ocupar a Rua Maria Antônia. Entretanto, uma faixa da Rua da Consolação permanecia bloqueada pela Polícia Militar.

Segundo Rodrigo Nahas, estudante de Direito de 21 anos e um dos coordenadores do movimento, os estudantes são contra a determinação da instituição em implantar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como vestibular. “O Enem não tem condições de ser utilizado por qualquer universidade de renome por causa do seu histórico negativo no país", disse.

A também estudante de Direito Tamires Srasson, de 21 anos, também participava do movimento no início da tarde desta quarta. "A gente acha que o Enem é um sistema que não passa credibilidade. Já aconteceu uma série de problemas. A gente não pode aceitar que um sistema desses seja a única forma de seleção. Um sistema que é cada vez mais vergonhoso, se for o único sistema de seleção vai decair o prestígio e o reconhecimento da faculdade em alguns anos", comentou.

Marcelo Groba, estudante do 3º ano de Direito, criticou a forma como a decisão de inserir o Enem na universidade foi tomada. "O que nos incomoda é que o Mackenzie nunca consulta os alunos para tomar decisões que interferem no futuro dos alunos. Justamente pelo Enem ter indícios de fraude a gente fica na dúvida de como ficará o prestígio. Os alunos dependem do reconhecimento da faculdade, do diploma", disse.
Segundo Nahas, o movimento estava pacífico no horário e não havia confronto com a polícia. O grupo deve ficar no local até por volta das 13h.

Universidade

O Mackenzie lamentou os transtornos causados nas ruas por causa das manifestações, mas afirmou que a universidade não pode se responsabilizar por ações dos estudantes fora do seu espaço físico. Quanto aos protestos em relação à mudança no processo seletivo da universidade, "a instituição reafirma que se orienta pelo princípio da universalidade para definir os critérios que considera mais adequados para seu Processo Seletivo, orientando-se especialmente pelas diretrizes governamentais que apontam para esta questão”.

Ainda segundo a instituição, “o ENEM pode ser considerado o mais democrático e inclusivo dos processos seletivos no país. Neste sentido, o Mackenzie segue o exemplo de outras instituições educacionais de primeira linha no Brasil, tanto públicas quanto privadas, que já incluíram esta iniciativa em sua seleção”.