Irmãos Rodrigo e Gabriel estão em lados opostos quando assunto é Clássico-Rei. Mas sempre em clima de amizade
Estádio Castelão, 24 de novembro de 1991. O Ceará vence o rival Fortaleza, por 2 a 0, aos 32 minutos do segundo tempo. De repente, o Tricolor arranca forças de não se sabe onde e empata a partida. O jogo vai para a prorrogação e um Ceará apático por ver uma vitória certa escapar de maneira tão inesperada não resiste e perde por 4 a 2.
Da arquibancada, o menino Rodrigo Leite Rebouças, de 10 anos, olha encantado para aquela reversão de placar. Ao redor, na torcida alvinegra, junto com o pai e o irmão, não se conforma com a tristeza da torcida. E resolve: “não quero fazer parte dessa torcida. Quero torcer aquele outro time”. E assim foi.
Até hoje, Rodrigo é o único da família que se declarou tricolor. Diferente do irmão Gabriel, 28, torcedor “mais que doente do Ceará”, como ele mesmo se classifica. “Mas a gente torce sempre mantendo o respeito”, conta Gabriel.
E é nesse clima de amizade que todos vão ao estádio em dias de Clássico-Rei. “O meu pai foi sempre vidrado pelo Ceará e influenciou todo mundo lá em casa. Mas sempre me deixou bem à vontade para escolher a torcida pelo Fortaleza. Afinal, alguém tem que ter discernimento naquela casa”, alfineta Rodrigo.
No caso de ambos, não há espaço no coração para outro time, que não Ceará e Fortaleza. “Quando a gente era mais novo, tinha simpatia por outros times, como Palmeiras e Flamengo. Mas hoje não tem espaço para mais nenhum”, pontua Gabriel.
Nesse clima bem amistoso, os dois já se preparam para o Clássico-Rei de amanhã. Rodrigo vai confiante no bom momento tricolor. “A equipe está ganhando corpo e, nos últimos 20 anos, já ganhou 11 vezes o Estadual. Mas Gabriel não deixa por menos. “Ele (o irmão Rodrigo) tem que entender que nós é que estamos por cima agora”.
PARA ENTENDER
Ídolo jovem
O atacante Reginaldo Jr. que vem se firmando no ataque tricolor, é a grande promessa do clube, para Rodrigo Leite. “Um dos pontos fortes do time é a formação de novos jogadores”. Além do atacante, Rodrigo também admira o goleiro Fabiano, que ajudou o Leão a ser tetracampeão ao defender os pênaltis do Ceará.
Craque da regularidade
Já para Gabriel Leite, o volante Michel é quem vem se destacando nos últimos anos pelo Ceará. “Ele é um jogador regular e joga bem na meia”. Para ele, junto a Michel, Iarley chegou em boa hora para dar mais força de ataque ao Alvinegro. “Agora, tudo está se encaixando”.
O POVO
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