quarta-feira, 21 de março de 2012

EXCLUSIVO: Tiroteio, pânico entre reféns e morte de bandido no assalto ao Bradesco


Foram momentos de terror dentro da agência no ´coração´ da Aldeota. A área nobre da cidade parou durante o ataque

Faltavam pouco mais de dez minutos para o fim do expediente bancário. No salão de atendimento da agência do Bradesco da Aldeota (cruzamento das avenidas Santos Dumont e Desembargador Moreira), dezenas de clientes estavam nas filas para o caixa ou operando os equipamentos eletrônicos, quando, de repente, o prédio é invadido por cinco homens armados com revólveres e pistolas. Durante a hora seguinte, clientes, funcionários e seguranças viveram momentos de pânico e violência.

O ataque dos criminosos à agência teve um desfecho violento para quem o vivenciou, mas foi positivo para as autoridades da Segurança Pública. O roubo acabou sendo frustrado. Um bandido morreu, outros dois foram presos e nenhum dos reféns sofreu ferimentos. O drama da tarde de ontem, porém, ficará por um bom tempo marcado na memória de que estava ali.

Armados



Os assaltantes chegaram ao banco em três motocicletas. Havia ainda um automóvel dando apoio em uma rua próxima. Os cinco bandidos se espalharam dentro da agência. Alguns cumpriram a ´tarefa´ de dominar e desarmar os seguranças. Outros, seguiram direto para a bateria de caixas e renderam os funcionários. Clientes foram obrigados a deitar no chão.

Mas, alguém que estava ali ou chegava à agência presenciou o início do assalto e, de um celular, ligou para a Polícia. A chamada à Ciops (Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança) fez o alarme ser disparado e, em poucos minutos, o prédio foi cercado por uma patrulha da Força Tática de Apoio (FTA) do 8º Batalhão Provisório (Aldeota) e outra do Comando Tático Motorizado (Cotam), do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque). Na sequência, chegaram viaturas do Ronda do Quarteirão e patrulhas do Raio (Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas).

Com o banco cercado, os criminosos entraram em pânico. Alguns subiram para o primeiro andar, onde funcionam a gerência e tesouraria. Outros ficaram no térreo e pularam uma janela que dá acesso ao estacionamento interno da agência. Neste momento, começou o tiroteio.

Muita bala

No confronto armado, um dos assaltantes levou um tiro na cabeça. O outro recebeu um disparo no rosto. Os dois foram socorridos pela própria PM e levados para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro). O primeiro, identificado como João Erivaldo da Silva, 24, com uma ficha criminal de dois assaltos anterior, morreu na emergência. O comparsa dele, Eronildo Alves de Lima (que já responde por porte ilegal de arma), permanece no hospital e, na noite passada, foi submetido a cirurgia.

Cerco

No cerco montado em todo o prédio, a equipe do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), sob o comando do capitão PM Antônio Cavalcante, fez uma varredura e localizou o terceiro assaltante ainda no local. Trata-se de José Ronaldo da Silva Santos, que já responde por dois homicídios, dois assaltos e, ainda, formação de quadrilha. No fim da operação, a PM recuperou o dinheiro roubado e sete armas (seis revólveres e uma pistola).

Arsenal

7 armas de fogo acabaram sendo apreendidas com os ladrões, duas delas roubadas dos vigilantes

Angustia também fora da agëncia

"Preciso saber como está minha filha, ela é a gerente. Me diga, por favor, ela está bem?"

O desespero dominou não apenas quem estavam no interior da agência do Bradesco/Aldeota na tarde de ontem. Do lado de foram, afastadas do local pelo isolamento da PM, muitas pessoas aguardavam, aflitas, o desenrolar do caso. E uma delas era um homem de meia idade, que se apresentou com pai de uma das gerentes da agência.

Somente depois de quase uma hora de espera, ele pode, finalmente, abraçar a filha na porta da agência.

Para evitar que outros criminosos fugissem misturados às pessoas que estavam dentro da agência, a PM adotou um procedimento considerado de padrão internacional em tais situações. Só saiu da agência quem se identificou. Enquanto a varredura era feita, os clientes e funcionários tiveram que esperar. Muitos estavam ainda sentados ou deitados no chão, obedecendo às ordens que, antes, haviam sido dadas pelos ladrões.

Emoção

Cerca de uma hora depois, o comandante do Gate, capitão PM Cavalcante; e o próprio comandante do BpChoque, major Alexandre Ávila, juntamente com o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, deram o ´sinal verde´ para que as portas da agência fossem abertas e os reféns pudessem sair. Antes, os homens do grupo Raio e do BpChoque fizeram revistas em várias pessoas ainda no prédio.

Imagens e aplausos

Uma cena chamou a atenção dos jornalistas e policiais que estavam no local. Das calçadas próximas da agência, dezenas de pessoas se comprimiam para acompanhar o desfecho da operação. A maioria estava com câmeras fotográficas, filmadoras ou simples celulares, em punho, registrando toda a movimentação da Polícia. Do alto, um helicóptero da Ciopaer fazia voos rasantes em apoio às equipes de patrulhamento terrestre.

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