terça-feira, 31 de agosto de 2010

FORTALEZA: 59 passageiros são impedidos de voltar à Itália


Revolta e indignação era o que se podia ver ontem, no Aeroporto Internacional Pinto Martins. Um total de 59 pessoas – 55 italianas e quatro brasileiras – não conseguiram retornar à Itália após as férias. A empresa aérea Air Italy informou que não havia confirmação de pagamento da passagem. Portanto, eles não poderiam embarcar com destino a Milão.

Após saberem da notícia, alguns europeus ficaram desesperados, pois não tinham como voltar para casa e corriam o risco de perder o emprego no país de origem. Isso porque a empresa aérea informou que o único modo de eles retornarem seria pagando o valor de 820 euros,oequivalente a aproximadamente R$ 2 mil.

Os 59 passageiros haviam comprado o pacote aéreo na Itália, por meio da operadora italiana Tabapitanga Viaggi Tour Operator. Os visitantes que foram prejudicados reclamaram em frente ao balcão da Air Italy, com os seus comprovantes de pagamento dos voos de ida e volta em mãos. Porém, a empresa aérea informou que esse valor não foi repassado.

Sete pessoas tentaram fazer o check-in a todo custo, porém, por conta do tumulto, a Polícia Federal resolveu intervir. Os sete foram, então, detidos, segundo alguns passageiros. Isso porque os ânimos estavam exaltados e se temia um confronto entre funcionários e italianos.

“Nós fomos obrigados a pedir desculpas a eles, porém nada fizemos, só quermos voltar para casa. Ninguém nos dá uma resposta”, explicou o italiano Giovani Minopoli, 29 anos.

Segundo a estudante Cintia Raquel Moura da Silva, 19 anos, oito dos seus amigos perderam o emprego, pois há cinco dias tentam embarcar e nada é resolvido tanto pela Air Italy quanto pela Tabapitanga Viaggi. “Hoje, foi o limite. Há pessoas que não têm mais dinheiro nem onde ficar. Como fica? ”, indagou.

Giuliano Sassi Brescia faz parte do grupo. Há alguns dias, ele tenta retornar com a esposa para a Itália. Para isso, teve de desembolsar 820 euros. “Veja bem, o problema não é só aqui no Ceará. Em Maceió, temos 18 conterrâneos na mesa situação, o que mais indigna é que ninguém se manifesta,nem mesmo o consulado”, desabafou, muito irritado,o italiano Brescia.

O operador de turismo Flávio Frugis – que estava no local da ocorrência e ouviu algumas das declarações na sala da Polícia Federal,onde os envolvidos tentavam se entender – informou que existe um débito de 51 mil euros da operadora de turismo italiana com a empresa aérea e que esse seria, então, um dos motivos pelos quais o retorno não foi possível.

“Os viajantes não podem ser lesados por questões entre as empresas. Se existe esse débito, por que eles efetuaram a venda dos bilhetes de ida e não os de vinda?”, questionou Frugis.

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