sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Caso Bruce: dois pesos e duas medidas


“Ação em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um setor organizado da sociedade, em detrimento do interesse público”. É assim que muitos dicionários definem a palavra ”corporativismo”. E é assim que eu defino como alguns integrantes da Polícia Militar agiram na última quarta-feira.

Explico. Quarta foi o dia do depoimento do soldado do Ronda do Quarteirão, Yuri Silveira, na delegacia. O policial matou o adolecente Bruce Cristian em uma abordagem desastrosa mês passado. Ele está recolhido no presídio militar e foi ao quarto Distrito Policial contar sua versão sobre o fato. Na verdade, não contou. Preferiu ficar calado.

Mas o que mais me chamou a atenção foi ver o policial – que matou um inocente – sair da delegacia sem estar algemado. E mais. Veio acompanhado de longe por PMs e sentou no banco do passageiro da viatura, e não no camburão, como qualquer outro preso.

Sei que o policial está passando por um momento complicado. Tinha a ficha limpa, é um bom rapaz e acabou se envolvendo em um crime traumático. Tem problemas psicológicos. Mas e o que dizer da família da vítima que vê o PM sendo tratado desse jeito? E o que diz a sociedade, cansada de ver tantos casos saírem impunes?

Vejo diariamente na televisão presos que cometem crimes muito menos graves sendo levados com firmeza – em outros casos, até brutalidade - para viaturas ou unidades policiais. Não defendo a violência. Quero apenas dois pesos e uma medida. Ou seja, tratamento igual para todos que infringem a lei.

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