segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Colégio com melhor nota no Enem no CE aposta em 'amparo ao aluno'


Estudantes dizem gostar do estilo da escola, com conteúdo e 'cuidados'. Com mensalidade de R$ 855, escola oferece 500 horas de aula semanais.

A escola de melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2010 segundo o Ministério da Educação (MEC) no Ceará, Colégio Farias Brito Pré-Vestibular Aldeota, aposta no amparo ao aluno, que vai além da sala de aula, explica a diretora, Patrícia Teixeira. "A função da escola é essa. É você realizar sonhos. É pegar o aluno e dizer 'o que você deseja na sua vida?' E mostrar que tudo é possível", afirma.

O Ministério da Educação mudou o critério de divulgação das notas por escola do Enem. Foram criadas quatro categorias de acordo com a porcentagem de participação na prova realizada em 2010:

Grupo 1: de 75% a 100% (17,8% das escolas)
Grupo 2: de 50% a 74,9% (20,9% das escolas)
Grupo 3: de 25% a 49,9% (33% das escolas)
Grupo 4: de 2% a 24,9% (27,4% das escolas)

De acordo com o MEC, não se deve misturar as categorias para comparação de desempenho entre as escolas. Aquelas que tiveram menos de 2% de participação não foram consideradas. Ainda segundo o MEC, a média de participação dos estudantes no Enem 2010 foi de 56,4%.

Com média 691,76 e participação de 100% de seus alunos aptos a prestar nem, o Farias Brito Pré-Vestibular Aldeota está classificado no Grupo 1 e conseguiu superar a média do ano anterior, de 671,86. A escola, uma das mais caras de Fortaleza, com mensalidade de R$ 855,00 para o último ano do Ensino Médio, tem uma estrutura de grande porte, segundo a diretora, para atender aos 3.500 alunos, do ensino infantil ao médio.
Em uma área de 14.915,07 m², os alunos têm um ginásio com quatro quadras, piscina, teatro, o maior centro de xadrez da América Latina e academia de dança."É preciso acabar com esse mito de que o bom aluno só estuda", afirma Patrícia. Para ela, as atividades artísticas, por exemplo, são importantes para o desenvolvimento emocional, social e técnico dos futuros profissionais.

Além de 30 aulas por semana, 50 minutos cada, a diretora diz que a escola oferece amparo psicológico para os alunos lidarem melhor com a pressão da prova, além de disponibilizar cinco salas de estudo e atividades extracurriculares, como aulas de filosofia e sociologia. Patrícia afirma que o estímulo ao raciocínio lógico e à interpretação textual já nas primeiras séries do ensino fundamental podem fazer a grande diferença para os futuros vestibulandos.

Segundo a diretora, os alunos devem treinar o máximo possível para a prova do Enem que, para ela, é uma prova de resistência também. A cada 15 dias são realizados testes, entre as provas de avaliação do colégio e os simulados do Enem. "Não adianta só você saber o conteúdo. Você deve conseguir pegar esse conteúdo e dar aplicabilidade a ele, dentro daquele tempo, isso você só consegue com treino", afirma.

Professores

O grande diferencial da escola mesmo, segundo a diretora Patrícia Teixeira, não está na sua estrutura física ou na oferta de cursos. Dos 160 professores, aponta, a maioria é contratação exclusiva da escola. "Quando você consegue saber o que aquela instituição pensa e acredita, existe uma sintonia muito maior", diz. Já o supervisor pedagógico do colégio, Marcelo Pena, diz que o corpo docente da escola recebeu capacitação para também se preparar para o Enem. "Os professores estavam acostumados com um padrão e o Enem quebrou com isso. Depois que você estabiliza você vai buscar esse novo caminho e eles buscaram um novo caminho", atesta.

Escola solidária

O proprietário do colégio Farias Brito, Thales de Sá Cavalcante, afirma que a instituição de ensino quer apadrinhar a escola que aparece em último lugar no ranking do MEC. "Nós queremos acompanhar e fazer com que essa escola suba no ranking. Acho que vai ser salutar para essa escola", aposta. Ele diz que pretende apresentar a filosofia pedagógica, além de ceder o material do colégio Farias Brito, mas que ainda precisa apresentar à outra escola a idéia, uma vez que a parceria precisa ser de comum acordo.

'Eu posso, eu passo'

Carlos Mágno Gomes, 17 anos, estuda há dois anos na escola e diz que procurou mudar de colégio justamente para buscar uma vaga no curso de Direito na Universidade Federal do Ceará (UFC), que adota o Enem como critério de ingresso na instituição.
Já Luana Batista Bessa, tem 18 anos e há 16 estuda na escola e pretende disputar vaga no Curso de Psicologia da UFC. Para ela, mais do que o bom ensino, o apoio dado pela escola é fundamental para manter o ritmo de estudo. "Quando a gente tem um problema, eles apoiam. Eles tranquilizam mais do que pressionam para a prova".
Marcelo Montenegro Filho, 17 anos, conta que a tranquilidade é importante para conseguir assistir a aulas, estudar as matérias, participar de atividades extracurriculares e ainda malhar e fazer natação. "Tem que ter aquele momento para descansar. Nem que seja só um pouco", afirma.

Marina da Costa Lima, 17 anos, concorda que há momentos em que o cansaço consome, especialmente para ela, que gosta de estudar até mais tarde da noite. "E ainda tem professor que tem um método diferente, que consegue chamar a atenção da gente", avalia ela, que quer se formar em direito para exercer a diplomacia.
Maria Eduarda Macêdo Esmeraldo, 17 anos, também quer cursar direito na UFC e diz que, para se dar bem na prova, busca conhecimentos de atualidades. Ela garante que o colégio também dá apoio nessa questão. "Não adianta só você saber matemática, física, química, se não souber o que se passa no mundo".

O grupo de alunos que conversou com o G1 se prepara para a prova do Enem, a ser realizada nos dias 22 e 23 de outubro. A busca por motivação está em cada espaço da escola e do próprio aluno. Há anos, o colégio aposta no slogan "Eu posso, eu passo", estampado em camisas distribuídas para os alunos, no período das provas.

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